O OPERA RPG Segunda Edição está disponível neste site em versão PDF. Estamos em processo de revisão final desta edição, e se você comprar o PDF terá desconto na versão impressa.
Os personagens da capa do livro e o processo de criação de ficha de personagens foi detalhado, tendo como base sua narrativa e arte. O personagem apresentado aqui, pertence ao cenário Milagres Medievais, a ser lançado em 2023.
Kak, o Orc que via o que não existia (Realidade MM)
Kak poderia ser um orc como qualquer outro, caçando, brigando e morrendo pela floresta, mas ele acreditava que seres incompreensíveis pela sua tribo tinham o controle de feitos naturais que rodeavam os orcs, como o trovão, o voo das aves ou o nascimento de um bebê.
Por não representar uma ameaça e por contar histórias divertidas e assustadoras sobre as criaturas que ele inventava, Kak estava tendo uma vida longa para os padrões de sua tribo.
Sua fé foi testada quando uma cobra gigantesca circulou a área da tribo espalhando o nome dele pelo ar.
Superando o medo do desconhecido, Kak respondeu e a cobra começou a se afastar, lentamente.
Com o apoio de seu cajado, Kak foi o único da tribo com coragem de seguir a cobra.
A escuridão da noite escondeu a fuga da cobra, mas um brilho na floresta chamou a atenção do velho Orc. Ele abriu caminho entre as moitas para chegar até lá.
Era uma fogueira. Uma criatura magra e peluda, com trajes estranhos e rosto de felino, estava alimentando o fogo.
Uma voz sem corpo apresentou ambos e eles começaram a interagir. Mesmo sem entender o que o magro peludo falava, Kak entendeu que o objeto que ele mostrava era importante. Parecia uma ferramenta de pedra, mas era feita de um material que fazia um barulho agudo quando um pino interno batia na borda desse objeto.
Foi uma conversa longa, em que Kak aprendeu a dizer algumas palavras e controlar o som daquela ferramenta.
Com a chegada da manhã, uma coisa gigantesca desceu entre as árvores. O magro peludo fez um gesto de despedida, subiu na coisa gigante e a coisa gigante sumiu tão rápido quanto apareceu.
Lembrando as palavras e orientações de seu estranho amigo, Kak foi até um riacho próximo, começou a falar enquanto batia sons na ferramenta. Luzes começaram a circular pela ferramenta, Kak continuou o ritual. As águas do riacho começaram a chover para cima.
A chuva do riacho tornou-se um temporal. Quanto Kak terminou de falar as palavras que tinha aprendido, a cortina de água caiu, revelando um ser assombroso no lago.
Parecia uma Orc, porém, com tentáculos na cabeça, e uma grande cauda de serpente substituindo as pernas.
Ela parecia confusa. Assim que avançou na direção de Kak, uma nova tempestade se formou e outros tentáculos começaram a sair do riacho.
Ela lutou para escapar destes tentáculos, Kak ajudou como podia com seu cajado. Assim que ela encostou sua cauda na beira do riacho, a tempestade se desfez e os tentáculos do riacho desapareceram.
A “Orc Serpente” acompanhou Kak até a tribo e o desespero inicial dos orcs tornou-se uma relação de afeto com a mediação de Kak.
Alguns dias depois, quando a criatura e os orcs começavam a entender suas primeiras palavras, a “Orc Serpente” desapareceu. O dia havia clareado e ela não estava mais lá.