O OPERA RPG Segunda Edição está disponível neste site. Todos os personagens da capa do livro e o processo de criação de ficha de personagens foi detalhado, tendo como base sua narrativa e arte. O personagem apresentado aqui, pertence ao cenário Terras de Shiang.
Tirês Arma Sagrada Yami no Micho (Realidade TS)
Discípulo de Lança Veloz, ele herdou o cargo de protetor da Vila dos Barcos após a morte de seu mestre. Essa vila está situada ao norte da cidade de Águas, sendo um portuário sossegado. O máximo de agitação ocorria quando algum inseto gigante, vindo do oeste, era avistado. Certa vez, Yami viu os símios lutando contra um deles e ficou impressionado com as habilidades da outra raça, apesar de não conseguir se aproximar para contato.
Alguns tireses forasteiros, que se estabeleceram na vila para auxiliar nas colheitas de fruta-pão ao sul da cidade de Águas, despertaram a desconfiança de Yami, mas ele nunca conseguiu evidências de suas atividades ilegais.
Tudo mudou quando, durante um treino nos arredores da cidade, uma serpente voadora gigante apareceu, informando hora e local em que um ritual seria realizado para que um ser de uma das dimensões inferiores, um Rei Sombra, fosse invocado na cidade e que ela também tinha interesse em evitar essa possível tragédia.
Furtivamente, Yami conseguiu entrar no local previsto pela serpente e viu os Sombras se preparando para utilizar um sino-portal para abrir uma passagem para uma das dimensões inferiores.
A serpente gigante apareceu no local, atravessando uma parede como se fosse um fantasma e aterrorizando os Sombras. Yami aproveitou a confusão para quebrar a lanterna que iluminava o local, pegar o sino e saltar por uma janela.
Yami sabia que não teria segurança enquanto não entregasse o Sino para o Templo dos Guardiões, local do alvo de sua fé e tido como seguro. Ele tentou aproveitar a escuridão da noite para fugir a pé da cidade, porém, o som de passos acelerados se aproximando deu a pista de que os Sombras sabiam onde ele estava.
Um barco de pesca, muito maior do que os dos tireses, se aproximou velozmente, porém, sem água alguma sob ele.
O barco para na frente de Yami e uma rede é jogada para ele subir pela lateral. Pela aparência incomum da embarcação, Arma Sagrada o atribuiu a uma divindade.
No convés, ele foi recebido por um ser dourado, que propôs uma troca: o sino por uma arma capaz de destruir seres das dimensões inferiores.
A criatura se apresentou como Mari e disse que os atos deles seriam importantes para definir o futuro. Ela passou instruções que ele deveria ensinar para outra criatura e fez alterações no sino com ferramentas que ele nunca havia visto antes.
O barco flutuava por cenas distorcidas de céus e mares e, finalmente, pousou no meio de uma floresta. Com algum esforço, o tirês desceu pela rede na lateral do barco. Em situações normais, ele saltaria até o chão, mas ele se sentiu mais pesado assim que encostou na amurada.
O barco, que mal se encaixava entre as árvores, desapareceu depois de se deslocar menos do que um metro. Yami acendeu uma fogueira, conforme orientações.
Apesar de não estar acostumado com o meio selvagem, o tirês reconheceu que aquela floresta não se parecia com as dos arredores da cidade.
A tarde se apagou para a noite e, antes que a solidão na floresta começasse a incomodar, a grande serpente se aproximou, flutuando lentamente pelos espaços entre os troncos de árvores.
Enquanto a serpente se misturava com a fumaça da fogueira que se prendia na copa das árvores, um símio chegou pelo mesmo caminho.
Mas não era um símio. Apoiado em um cajado, ele tinha um couro esverdeado ao invés dos pelos, mas era igualmente corpulento. A primeira reação de Yami foi de estranheza, mas à medida que a serpente os apresentou e constatou que a reação passou a ser de curiosidade, se afastou e foi embora.
A serpente iniciou a conversa com os dois e foi embora. Mesmo sem entenderem completamente suas falas ou o verdadeiro propósito daquela reunião, o tirês e o “símio esverdeado” continuaram a interagir, com muito interesse em cada som e gesto que o outro fazia.
De manhã, o barco voltou, mas com uma aparência diferente. Yami deixou o sino com seu novo amigo e subiu no barco.
Sozinho no convés, Yami viu a floresta se afastar e o barco pousou no topo de uma montanha. Em pouco tempo, uma criaturinha pulou amurada adentro. Parecia um macaquinho, porém, com calça, casaco, chapéu e o cabo de um machado prateado enrolado em sua cauda. Ele disse algumas palavras incompreensíveis para Yami e entregou o machado.
Mais uma vez, o cenário ao redor do barco parou de girar e o tirês reconheceu os campos ao redor da Vila dos Barcos. Ele se despediu do macaquinho e pulou até o chão, segurando o machado.
Os Guardiões Eclesiásticos confirmaram as propriedades mágicas daquele machado, mas ainda assim, ninguém acreditou na história que o Yami contou.